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Corumbá, MS |
Parei ali naquelas fotografias. Carregadas de simbologia.
Eu e fotografia parada ali no tempo, feito quadro de parede, a
dizer que relógio parou para contemplar emoção. Há silêncio, mas também
preenchimento de saudade que cá me abriga. Acolhe. Abraça. Porque tem hora que saudade
abraça a gente até que esmaga.
E paisagem que um dia fez batida de coração mais lenta, hoje
deixa silêncio. Deixa conexão com o sentir. Deixa gratidão por cores e
movimentos que olhos presenciaram e pela harmonia de orquestra de
passarinhos que, em doce valsa, tornavam momento singular, suave feito toque de
piano. Natureza é coisa divina. Coisa de Deus a nos lembrar que somos pequenos grãos em mundo imenso, encantador.
Só respiração se fazia presente naqueles momentos. Tudo o mais era
silêncio a acariciar. Nenhum grito é maior que sopro, dizia poeta. O rio corria
sereno, como se não quisesse atrapalhar. E o sol se despedia dizendo que tudo
tem fim. Que unidos, fim e início, os ciclos se navegam. E lentamente, quase
sem querer quebrar o encanto, a noite vinha majestosa a enfeitar de estrelas o
véu negro do céu, como a querer mostrar que a sua dualidade também tem beleza.
Dia e noite em continuidade, feito ciclo de vida, feito tudo que finda e tudo
que nasce. Tudo que brota e sepulta.
São muitas as fotografias. São muitas as saudades. E o lugar lá
longe, láááá do outro lado do mapa, tornou grande a gratidão de [vi]ver. E vem
um sentir forte de carinho por aquele lugar. Sentir. Sem ti.
Parece conexão fechar olhos e sentir lugar. Sentir a brisa, o
cheiro, o sonho. em morros, céu, ruas, rios, gente, momentos bons. Gente boa,
de bem. Gente que acolheu com coração. Memória é algo grandioso, que faz a
gente sentir tristeza e alegria. Tudo junto. Porque momento bom imprime
lembrança em alma feito carimbo e a gente relembra pedacinhos de dias costurados em colcha de retalho,
que nem pausa suave de vírgula, que nem criança que pede pra brincar de novo.
E a gente lembra, lembra, lembra. E sabe que aquele lugar chama
coração para voltar. E um dia a gente volta. Para atender pedido de coração.
Um dia
A gente
Volta.
Liz Midlej
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