Bonita
essa coisa simbólica das ferramentas.
É que
as pedras e pedregulhos no caminho abrem feridas na alma e criam casca grossa e
vão deixando ferramentas de brinde até nascer uma oficina dentro da gente.
E a
gente fica sem saber usar feito analfabeto que olha as letras e só enxerga um
emaranhado de sinais.
Crescemos
assim, com bocado de defesas, se achando os donos das técnicas de decifrar
sinais de tempo bom e de maré que não está pra peixe. E mesmo assim a gente
insiste em pescar. Melhor
seria se nascêssemos craques de bola nessa arte de saber lidar com problemas de
vida e de gente.
Mas
segue assim mesmo.
Segue
com ou sem ferramentas a artesanal arte das relações. Feito bordado todo
emaranhado de instantes.
Liz Midlej
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