Preciso muito deter o mundo.
Não esse que está aí fora, cheio de horrores na
política, no trânsito, no cotidiano, mas este aqui de dentro. Que por força do
que vê do lado de fora, acaba por se angustiar, se fatigar, se entristecer.
Entristecido, desanima, desacredita e (quase)
desespera.
Para deter o
mundo é preciso, deliberadamente, desligar o noticiário, fechar jornais e
revistas, perder-se do celular. Ignorar qualquer estímulo que esteja fora, para
ouvir o silêncio que espreita por dentro. Para deter o mundo é preciso que haja muito pouco: um livro, disposição e vontade.
Manoel de Barros
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