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Ponte dos cadeados, Paris |
Gostaria de que falasse comigo tudo
aquilo que guarda em seu baú trancado.
Passe-me as chaves do cadeado:
eu lhe ajudarei a soprar
cada mínima palavra empoeirada.
Todo segredo existe unicamente
pra ser revelado, mais nada.
Passe-me as chaves do cadeado:
eu tocarei com a ponta dos dedos
a sua verdade silenciada.
Não, eu não acredito que as tenha
perdido na madrugada.
Passe-me as chaves do cadeado:
eu imagino que as leve
consigo pra todo lado.
Cada segredo existe unicamente
pra ser revelado, mais nada.
Passe-me as chaves do cadeado:
eu beberei na calada da noite
do seu mistério destilado.
Passe-me as chaves.
Por favor, passe-me as chaves
que você sabe tanto quanto eu:
são elas que abrem
o meu baú guardado,
onde foram trancadas
as que abrem o seu.
Renata de Aragão
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