E se hoje tivesse sido o último dia da
sua vida, você estaria satisfeita com o que viveu?
A existência não pode ser resumida em
uma soma de horas que se prolongam pelos dias, meses e anos. Tampouco pode ser
descrita por um amontoado de palavras e descrições, prescrições ou orientações
– não é possível viver a vida pelos livros, ou pela ciência.
(...) Desta forma, a existência, nada mais é
que a soma de nossas experiências, dos enlaces que formamos, dos laços que quebramos.
É a soma de nossas atividades, de nossa relação com o Outro e com os outros de
nossa cultura.
Portanto, ao pegar-me pensando que se
hoje fosse o último dia de minha vida, certamente eu não me diria preparada
para partir; mas, ao mesmo tempo, teria a clareza de que cada riso, cada
lágrima, cada pontinha de dor e sofrimento, cada palavra amiga, cada ombro
oferecido, cada gesto assimilável na minha realidade, foi mais que um ato. Cada encontro que me foi e
é permitido nesta vida é parte de um eu que se constrói e atualiza
cotidianamente na vida coletiva. Se me é ofertado como um laço, atribui-me
sentido suficiente para acreditar na vida humana.
Talita Baldin
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