As ruas estão cheias
as vitrines, decoradas
as calçadas, derrapantes
as noites, mal dormidas
Dezembro se repete
exatamente como antes:
todo ano, a mesma angústia
entre luzes coloridas
De onde, esse nó na
garganta:
é dezembro que o agiganta
ou ele vem das despedidas?
De onde, esse aperto no
peito:
ele viria de qualquer
jeito
como selo de horas
perdidas?
E as pessoas se
cumprimentam
como se fossem todas
queridas...
para que abraços forjados
quando as testas estão
franzidas?
Dezembro se repete
exatamente em pormenores:
a ceia pelos lares
a tristeza aos arredores
Entre estrelas e
guirlandas
e velas e altares
e piscas nas varandas
Muitos se afligem em
sigilo:
como de si fazer festa
se o que se quer é asilo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário