Olho para trás e
vejo aquela menina que queria entender tudo, com medo de que não coubesse
tamanha quantidade de informação dentro de si. Coube e ainda cabe. E quanto
mais entra, mais sobra espaço para a dúvida. Compreendo hoje que nunca entenderei porque temos empatia com uma pessoa e nenhuma com outra. Não entendo
como o mar não cansa, nem o sol. Não compreendo a maldade, ainda que a bondade
excessiva também me bote medo...
Diante
desse imenso ponto de interrogação que é o futuro (e a vida) de todos nós, reformulei
minhas crenças: estou me dando o direito de não pensar tanto, de me cobrar
menos ainda, e deixar para compreender depois. Desisti de atracar o barco e
resolvi aproveitar a paisagem.
Martha Medeiros
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