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Bonde na Praça Castro Alves, Salvador, 1958 |
... Conheci essa garota que
era do Barbalho
No lotação de Liberdade
Que passava pelo ponto dos
Quinze Mistérios
Indo do bairro pra cidade
Pra cidade, quer dizer,
pro Largo do Terreiro
Pra onde todo mundo ia
Todo dia, todo dia, todo santo
dia
Eu, minha irmã e minha tia
No tempo quem governava
era Antonio Balbino
No tempo que eu era menino
Menino que eu era e veja
que eu já reparava
Numa garota do Barbalho
Reparava tanto que acabei
já reparando
No rapaz que ela namorava
Reparei que o rapaz era
muito inteligente
Um rapaz muito diferente
Inteligente no jeito de
pongar no bonde
E diferente pelo tipo
De camisa aberta e certa
calça americana
Arranjada de contrabando
E sair do banco e,
desbancando, despongar do bonde
Sempre rindo e sempre
cantando...
|Gilberto Gil|
Música composta em 1974, para dar um sentido
aristocratizante a um tempo e espaço (Bahia, anos 50) da história social do autor. Também, para dar a ideia
de uma mentalidade de época; de um modo tradicional de vida de um grupamento social da
cidade de Salvador que se transformava.
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