Continuo sempre me inaugurando,
abrindo e fechando círculos de vida,
jogando-os de lado, murchos,
cheios de passado.
Por que tão independentes,
por que não se fundem
num só bloco, servindo-me de lastro?
É que eram demasiado integrais.
Momentos tão intensos,
vermelhos, condensados neles mesmos
que não precisavam de passado
nem de futuro para existir.
Clarice Lispector
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