Está
difícil viver. É julgamento aqui e ali, feito bala perdida. Sobram juízes,
sobram deuses, sobram entendidos em todos os assuntos. E falta um pouco de olho
no olho e compaixão. Esse
nosso mundo está cada dia mais complicado, acho que os valores estão escorrendo
pelas nossas mãos.
E
ninguém quer parar, pisar no freio, respirar fundo e olhar para os dois lados.
Todo mundo segue acelerando
sem olhar para trás, sem se importar com o bem-estar do outro.
Até
quando as agressões serão gratuitas? Até quando a gente vai aplaudir a moça que
raspa a cabeça na televisão? Até quando a graça vai ser rir da desgraça alheia?
Até quando vai ser bonito falar palavrão e tomar tarja preta? Até quando você vai
apontar o erro do outro ao invés de reconhecer seus próprios erros?
Difícil suportar essa gente que não é capaz de olhar
para si primeiro. Tudo precisa de rótulo, tudo precisa ser debatido, tudo
precisa virar confusão, tudo é levado para o outro lado e encarado como
crítica. As pessoas estão sensíveis e agressivas demais.
Esse mundo onde tudo é guerra,
confusão e gritaria não é comigo. Não gosto do grito, prefiro os meus
silêncios. Não gosto da confusão, sou do time da calmaria. Não gosto do
tumulto, prefiro a paz. Não gosto da fofoca, prefiro falar com os olhos. É mais
humano, mais leal, mais digno, mais legal.
Acho
que as pessoas andam perdidas. E fazem a maior questão de se preocupar com o
que está fora. Esquecem
que o que nos acompanha é o que fica lá dentro. E essa é a nossa melhor e pior
parte.
Clarissa Côrrea
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