Quando infelizes, olhamos tudo e todos com
as lentes do mau humor e do ressentimento. Alguém deve ser culpado pela
tristeza que sentimos. Sem perceber, odiamos todo mundo. Por que, então, não
haveriam eles de sentir o mesmo em relação a nós? Melhor ainda, preferimos
pensar que são os outros que odeiam. Aos próprios olhos, somos anjos que só
querem o bem do próximo. [...]
Mais triste é
dar-se conta da paranóia cotidiana entre aqueles ditos normais. Na maior parte
do tempo os outros não querem nosso mal, tampouco nosso bem, simplesmente estão
ocupados com outra coisa que não nossa digníssima pessoa. Os outros são como os
moradores sonolentos daquela casa, até abrir a porta e escutar o que queremos,
não estão nem aí para nós. Mas, uma vez informados dos nossos pedidos,
necessidades e queixas, em geral há em volta gente boa com quem contar. Teremos
o macaco de que precisamos e, não duvido, ajuda para trocar o pneu.
Diana Corso. Trechos de A História do Macaco
O texto completo aqui
Fonte: Carambolas Azuis
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